sábado, 5 de janeiro de 2019

Retificador Para Galvanoplastia

Há alguns meses eu desenvolvi um projeto de uma mini galvanoplastia. Eram um conjunto para dar banho de Ródio em joias, com 2 tanques com aquecimento, tanque de desengraxe e lavagem. O aquecimento era controlado e o banho era temporizado, com corte de corrente ao tempo pré-determinado pelo fabricante da solução.

O principal elemento desse sistema era um 'retificador' (coloquei assim porquê esse é o nome que o pessoal da joalheria dá para a fonte). Era basicamente uma fonte linear, de 0 a 15V e 50A. Essa fonte seria reaproveitada, já existente e operante no local.

Quando abri e fui dar uma olhada no circuito do retificador, a configuração do circuito me deixou bastante curioso.

A topologia tradicional de fonte linear foi deixada de lado e tomou lugar o controle por tiristor. Havia um Triac no primário do transformador, basicamente um circuito de dimmer tradicional e, no secundário, 2 diodos formando um retificador com center tape. E só. (pra não dizer só, tinha um Shunt gigante feito com fio de cobre enrolado, pois a fonte original tinha amperímetro).

Ficou bem claro pra mim, naquele momento, que o uso do tiristor no primário eliminaria a perda de potência em transistores, caso fosse adotada uma topologia padrão de fonte linear, mesmo porquê são 50A, o que criaria a demanda pelo uso de vários transistores e grandes dissipadores de calor. Os únicos elementos dotados de dissipador eram os diodos.

O que me deixou bem intrigado foi o fato de não haver filtro capacitivo. A minha dúvida maior era se aquele shunt de cobre enrolado era mesmo só um shunt ou um tipo de filtro indutivo na saída.

Os processos de galvanoplastia com Ródio são muito criteriosos, a tensão deve se manter estável, sem variações, além da temperatura da solução e os cuidados ao manipular a peça e prevenção de contaminação da solução.

Não tive a oportunidade de colocar a saída daquele retificador em um osciloscópio, mas tenho certeza de que a forma de onda de saída não era estável. Aí está, esses retificadores são caros, pesados e vendidos como excelentes para as aplicações de banhos em jóias. Porém, não há um filtro capacitivo que permita um sinal estável na saída.

Gostaria de saber se alguém com mais experiência que eu em eletrônica para galvanoplastia poderia me responder se esse tipo de topologia pode prejudicar os banhos ou se não interferem.